quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aquele perfume...


Que calor! Sinto minhas pernas bambearem e fica difícil respirar. Ele está vindo em minha direção. Não fala uma palavra. Como ele consegue ser tão bonito? Eu me sinto um patinho feio e ele me trouxe para cá, para o quarto dele. Parece que estou pirando. Tento respirar. Ele continua caminhando, com calma. Ele sabe que não vou a lugar algum. Não tenho coragem de sair daqui.


Seu perfume chega primeiro, e é delicioso. Perfeito para ele, com aquela pele morena e brilhante. Parece que ele saiu de um comercial do perfume e veio direto para mim. Nunca conversei direito com ele, nem achei que ele olharia para mim algum dia. Ainda estou surpresa por estar aqui. Então, ele chega. Em osso, músculos, pele e gostosura. Suas mãos tocaram minha cintura e senti o tecido leve do meu vestido subir devagar, até ser largado no chão.
Ainda não consegui me mexer. A adrenalina toma conta de mim, mas continuo paralisada. Quando consigo perceber o que está acontecendo, me encontro deitada na cama dele, usando apenas a lingerie preta simples, e ele vindo deitar-se sobre mim. A boca dele é quente, macia e sabe o que faz. Ele leu meu ‘Manual de Instruções’? Parece que sim.
Já consigo respirar, mas são suspiros profundos. Os lábios não se distanciam, as línguas se conhecem, se cumprimentam, se exploram. Ele diz que adorou minha pele macia, e o faz enquanto passa a mão em meu corpo, sentindo as curvas, apertando e pegando o que sente vontade. Fecho os olhos e fico nua, completa e inteiramente nua, deitada na cama dele, e as mãos dele já não são suficientes para a exploração que ele quer fazer em mim.
Sua boca parece ainda mais quente em contato com minha pele, meus seios, minhas coxas. Ele beija minha boca novamente e encaixa seu corpo no meu.Sinto seu perfume, misturado ao cheiro da vontade. Não diz uma palavra, me olha com aqueles belos e penetrantes olhos castanho-claros e me leva à loucura. Os pelos de meu corpo inteiro se arrepiam, minha boca se abre e o suor escorre. Suas mãos apertam meu quadril, minhas pernas se enlaçam em volta dele, puxando-o ainda mais perto.
E assim, envolvidos no calor, poros abertos, línguas se explorando, de olhos fechados, somos levados juntos ao estremecer dos músculos. É nessa hora que tudo realmente estremece. Quando acordo, estou na minha cama, sozinha, suada e com as pernas tremendo. Isso tudo pode ter acontecido. Numa realidade alternativa, talvez. Nesse mundo, infelizmente, não aconteceu. Mas eu adorei.

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