quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Preste atenção. Sempre.

Ele continuou me olhando. Fixamente. Não entendi o motivo da surpresa estampada em seu rosto. Ele estava assim havia alguns minutos. Estávamos sentados à nossa mesa preferida em um lindo restaurante, conversando e acertando alguns detalhes do nosso jantar de noivado, previsto para o mês seguinte. Enquanto eu explicava sobre vestidos, decoração e conferências antes do jantar, algo apitava intermitentemente. E me interrompia sempre.

Toda vez que o celular apitava, ele olhava, digitava alguma coisa e voltava a me encarar. Às vezes, ele realmente parecia prestar atenção. Outras vezes, ele só olhava o celular, a espera de mais um apito. E foi quando, após outro apito, ele pegou o aparelho, sorriu e digitou alguma coisa que minha paciência chegou ao limite.