Hoje acordei
meio estranha. Acordei com uma vontade um tanto inédita e diferente. Não é bem
uma vontade, é como um desejo. Algo involuntário e necessário. Um apetite não
tão incontrolável, mas impossível de passar despercebido. Como se num sonho e
só existisse esse sentimento, esse interesse, essa impulsividade. Hoje acordei
com desejo de amar.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Aprecie as etapas
Você se apaixona, mas não quer
continuar com a paixão. Acha que vai se machucar. Então, encontra coragem e
segurança lá no fundo de seu ser e consegue: se entrega. Dá um passo à frente e
realmente vive uma paixão enlouquecedora e intensa, tão maravilhosa que você
quer ficar ali, naquela cama quente, entrelaçada ao seu amor por toda a
eternidade. Até que a vida aparece, lhe joga um balde de água fria e a arranca
desse lindo sonho de nuvens cor-de-rosa, trazendo-a de volta à realidade.
Logo,
você sente como se seu coração estivesse despedaçado, para dizer o mínimo. O
“luto” pela paixão mal resolvida vem nas etapas tão conhecidas e mal
apreciadas. Primeiro, vêm as lágrimas, os gritos, as músicas melosas e a
revolta pelo término forçado. Você quer apenas ficar em casa, embaixo das
cobertas, assistindo a filmes românticos e, de preferência, trágicos, para
poder compartilhar a dor, mesmo que com um personagem inteiramente fictício.
A
parte mais conhecida é o contrário da inicial, descrita anteriormente. Agora,
você quer sair, mostrar para o mundo – e para o ex – que é mais. Mais o quê?
Mais tudo! Mais inteligente, mais simpática, mais bonita, mais esperta e, acima
de tudo, que está muito melhor sem ele. Em vão, é lógico. Você até pode ser
mais muitas coisas, mas já terminou, então de que adianta tudo isso? Eu
respondo: não adianta. Mas você faz assim mesmo. Vai a festas de terça a
domingo, guardando apenas a segunda-feira para o dia da ressaca. Até o chefe
percebe que alguma coisa está acontecendo de diferente. Não importa o tipo ou
local da festa, você apenas quer estar lá e tirar muitas fotos para publicar
nas redes sociais (abertamente, claro) e provar que você está bem. Mas você não
está.
Quando percebe que essa vida de
bebidas, festas, danças e “pegação” não está fazendo o sentimento melhorar,
começa a refletir sobre a vida. Lê livros voltados à superação e à auto-ajuda,
pede conselhos aos amigos e muda de perspectiva. Dessa vez, não é apenas
aparência, mas você tenta mesmo mudar seus pensamentos e atitudes. Investe em
si, compra roupas novas, acessórios, volta sua atenção ao trabalho e aos
estudos e não pensa muito em romance. Procura conhecer pessoas novas, adquirir
novas experiências e aproveitar a vida tranquilamente.
E
você me pergunta se vai pensar muito nele? Vai. Bastante. Mais do que pensa
agora. No começo, logo quando tudo acontece, até respirar vai fazê-la
lembrar-se dele. A boa notícia é que, com o tempo, a vontade de vê-lo diminui,
o desejo pelo seu cheiro acaba, você pesquisa o perfil dele nas redes sociais
com menos freqüência. A saudade já não é um sentimento constante, apesar de
continuar presente. Ela apenas vem de vez em quando e em momentos previsíveis.
Mas
depois de todas essas etapas, dos choros incontroláveis, da raiva dele e de si,
acontece algo que você não imagina. Você o encontra. Depois de tantos meses
sofrendo, passando por todos os estágios imagináveis e possíveis do pós-término
de relacionamento, você o encontra numa festa. E ele está acompanhado. O que
realmente a surpreende não é encontrá-lo ou vê-lo bem, mas você estar bem. De
repente, ele já não é mais o seu amor, aquele de quem você sente muita falta.
Agora, ele é apenas o ex. E você não tenta mostrar que é melhor. Você é melhor.
sábado, 18 de agosto de 2012
Como você a vê?
Ela levanta
cedo, alonga o corpo, tranqüiliza a mente e sorri para o espelho. Pretende
começar o dia de ótimo humor. Toma seu desjejum, arruma o cabelo, passa uma
maquiagem leve no rosto e vai trabalhar. Ela traja uma roupa casual e
profissional em seu dia-a-dia, mas nem existe a necessidade de muita produção.
Ela é linda, mesmo ao natural.
Passa o dia
com pensamento positivo, tentando ser cordial e precisa ao mesmo tempo. Faz seu
trabalho de maneira quase perfeita e nunca reclama do que tem. Ela gosta de
aprender tudo o que tem oportunidade, ensinar o que sabe, fazer novas amizades
e sorrir sempre. Tenta dissimular quando o estresse ou a tristeza a encontram,
não deixando transparecer que está num dia ruim. Mesmo quando aquela temível
Tensão Pré-Menstrual resolve abatê-la, ela ergue a cabeça e diz a si mesma: ‘Eu
estou ótima e continuarei ótima!’.
As amizades
são poucas, mas verdadeiras o suficiente para não deixá-la sozinha quando
precisa ou quando quer companhia. Ela caminha até o ponto de ônibus, após um
exaustivo dia de trabalho, com porte firme e confiante, pois sabe que chama
atenção do sexo oposto. Dentro do ônibus, não procura, não olha, não encara,
não conversa. Ela pensa em si em todos os lugares, e apenas em si. O mundo é
apenas o cenário. Ela é a atriz principal.
Chega a sua
casa, janta e toma um banho quente e relaxante. Hidrata o corpo com cremes
perfumados e começa a se arrumar. Hoje tem festa. Com um vestido que acentua
suas curvas e de comprimento de um palmo acima do joelho, ela destaca os olhos
e passa um batom vermelho na boca. Ela só pensa em se divertir. Sem a
necessidade de muitos acessórios, já que seu corpo por si só é o detalhe e o
principal, ela calça seus sapatos de salto alto e vai ao local de encontro com
seus amigos.
Ela dança,
brinca, ri, toma uma cerveja e não olha para o lado. Ela não dá importância ou
atenção aos homens que a rodeiam. Os homens do local só têm olhos para ela e
outras poucas que chamam atenção tanto quanto aquela mulher. Mas ela não pensa
nisso. Ela não se impressiona com belas palavras ou passos de dança
perfeitamente executados. A procura pelo companheiro continua, mas ela não quer
um parceiro de festa. Ela quer um companheiro de vida.
O que nenhum
daqueles tantos homens consegue ver é o que aquela mulher realmente pensa, como
ela age, o que ela quer. Quem a vê confiante de sua beleza e de sua
personalidade, caminhando na rua ou dançando com os amigos, não sabe que a
insegurança reina em seu interior. Quando está sozinha, os pensamentos são
negativos, e ela tenta lutar contra os mesmos. Deitada na cama antes de dormir,
ela é como uma criança. Uma pequena menina que espera o beijo de boa noite da
mamãe e a história do papai. Uma menina que apenas quer sentir que é protegida
e amada, mas não sente.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Registro Apaixonado
Nunca pensei
em transformar o gosto por fotografia que eu tinha em profissão, até que tive a
oportunidade de aprender sobre todas as etapas de uma boa fotografia. Comprei
uma câmera fotográfica e aprendi a ver com outros olhos aquilo que parece um
simples papel (hoje, uma mera imagem numa tela de computador) com pessoas
posando. Encontrei naquela máquina uma vocação, um destino, uma inspiração que
veio de maneira inesperada, num momento inesperado.
Encontrei, com
essa profissão, um gosto que eu não conhecia, uma vida a qual eu ignorava.
Algumas pessoas têm esse amor pela leitura, porque um livro a faz mergulhar nas
emoções que são descritas e nos mundos a que são apresentadas. Eu me emociono
com as fotos, com os momentos capturados, com o processo de transformar uma
cena inteira em apenas um segundo, com um clique, e transmitir neste toda
aquela história.
Uma lente pode
não mudar a visão para quem está na frente dela, mas estar por trás da lente de
uma câmera é estar em outro mundo. Apaixonar-se por fotografia é apaixonar-se
pela vida, pelas cores, pelas expressões, pelos detalhes. Quando se vê uma
fotografia, não se vê o trabalho que teve o profissional, mas o resultado. E
esse resultado depende apenas do esforço e da paixão de seu responsável.
Quando eu
fotografo, não procuro a pose forçada da modelo internacionalmente conhecida.
Gosto de captar a mudança do tom da íris verde do olho de uma criança, que fica
azul quando ela olha para o sol. Fico fascinada quando consigo registrar uma gargalhada
dada com vontade e sem preocupação. Emociono-me quando aperto o pequeno botão
no exato momento em que a primeira lágrima rola na face de um pai ao ver o
nascimento de seu primogênito. São momentos impagáveis que ficam gravados na
memória dos protagonistas, e eu dou a eles uma chance de registro que os
possibilita compartilhar essa lembrança com quem não estava presente. É
simplesmente apaixonante.
É revigorante
poder participar de diferentes mundos através de suas imagens. Captar o vôo de
liberdade da andorinha, o rugido forte do leão, a dança das ondas do mar, o
beijo dos noivos ao altar, o sorriso do bebê ao reconhecer a mãe... São belos
momentos que passam para você, mas que eu registro para durar uma eternidade.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
E a intimidade.
'Droga, cadê o isqueiro?' Odeio quando faço isso. Sempre perco meu isqueiro em meio aos seus lençóis. também pudera! Parece que ele faz de propósito. Eu atendo o telefone e é ele, com aquela voz calma e tom sedutor, me convidando para tomar um vinho. Quando chego e vou acender um cigarro, lá vem ele, mal me deixando respirar, sequer me deixando pensar! Já beija minha boca, me aperta e me chama de gostosa. Assim, meu isqueiro sempre acaba perdido nos lençóis macios daquela cama fofa, enquanto ele dorme um sono tranquilo de quem já aliviou as tensões.
E eu fico vagando em pensamentos, olhando o céu noturno na vista privilegiada do apartamento dele, enquanto ouço seu ronco. Nossa, e como ele ronca! Não somos namorados, mas nos damos bem em qualquer momento. Acho legal que temos essa liberdade, essa tal intimidade que tantos receiam. Podemos ficar juntos ou separados sem constrangimentos, joguinhos entediantes de sedução ou palavras inapropriadas. Temos o lado bom, os momentos gostosos, as risadas e as malícias, mas sem o peso do compromisso, das cobranças e do embaraço. Ponto positivo! Pensando nisso, acendo meu cigarro. Aquele que tentei acender quando cheguei. Nua e sem vergonha, sento-me na cadeira ao lado da cama, admirando uma lua cheia perfeita e apreciando cada tragada. Até ele acordar.
Levanta, dá uma mordida em minha coxa e me rouba o cigarro. Apesar de sermos apenas amigos, somos grandes amigos. Amigos íntimos o bastante até para fumar nus. E assim, sentado na cadeira à minha frente, ele fica me olhando, tentando me deixar envergonhada. Abrindo aquele sorriso maravilhoso, ele diz que eu engordei uns quilinhos, mas que gostou mais assim.
Ah, e ainda acaricia meus seios entre cada tragada. E dá gargalhada, contando as histórias do trabalho e das festas que ele vai. Acendo outro cigarro, já que o primeiro eu perdi, e continuo vendo suas encenações e achando ridículo um homem completamente nu tentando imitar o chefe dando uma bronca bizarra num estagiário. Mas as risadas são maravilhosas!
O cigarro acaba, eu volto para a cama e deito de bruços. Ele adora isso, e adora me assustar, deitando em cima de mim. Um apertão no quadril. Uma mordida na nuca. 'Gostosa' sussurrado ao pé do ouvido. Ele não dormirá mais essa noite. Eu também não. Talvez, nem o vizinho.
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