Ele
continuou me olhando. Fixamente. Não entendi o motivo da surpresa estampada em
seu rosto. Ele estava assim havia alguns minutos. Estávamos sentados à nossa
mesa preferida em um lindo restaurante, conversando e acertando alguns detalhes
do nosso jantar de noivado, previsto para o mês seguinte. Enquanto eu explicava
sobre vestidos, decoração e conferências antes do jantar, algo apitava
intermitentemente. E me interrompia sempre.
Toda vez
que o celular apitava, ele olhava, digitava alguma coisa e voltava a me
encarar. Às vezes, ele realmente parecia prestar atenção. Outras vezes, ele só
olhava o celular, a espera de mais um apito. E foi quando, após outro apito,
ele pegou o aparelho, sorriu e digitou alguma coisa que minha paciência chegou
ao limite.